A disfluência acontece quando o falante não sabe, de imediato, quais palavras usar para dizer o que pretende, quando as palavras momentaneamente lhe faltam. Preenche um tempo em que a pessoa está planejando/ organizando/ preparando o que pretende dizer.
Essa falta momentânea de palavras pode ocorrer a todas as pessoas, sem exceção, independentemente da idade e tem a ver com mudanças nos estados emocionais, relacionadas a o que se fala, para quem se fala e onde se fala.
No período entre os 2 e 4 anos de idade a presença de disfluências é bastante comum, porque a criança está desenvolvendo seu vocabulário e a capacidade de usar as regras da língua falada em seu meio, o que pode tornar a falta de palavras para dizer o que pretende bastante frequente.
Isso não é errado nem problemático, é apenas parte do processo de desenvolver a linguagem.
Já quando a gagueira acontece, o falante sabe exatamente qual palavra quer usar, mas pressente a aparição da gagueira e deseja evitá-la, porque sente vergonha e medo de gaguejar.
Isso é um excesso, porque a produção da fala se orienta pelo sentido do que se está dizendo, enquanto a forma de fala fica no esquecimento e acontece automaticamente.
Quando há a intenção de evitar a gagueira, o falante pressente a forma da fala e, além disso, a pressente como algo indesejado. Isso produz um corte no fluxo automático dos movimentos articulatórios, e dá lugar a uma trava, um prolongamento ou uma repetição de sons com tensão muscular.
Embora na objetividade sonora da fala, muitas vezes disfluir e gaguejar possam até parecer idênticos, na subjetividade são fenômenos opostos. Um advém de uma falta outro de um excesso.
Distinguir disfluir de gaguejar é fundamental para avaliar os Problemas de Fluência de Fala e dar curso às providencias subsequentes ligadas à terapia e/ou à orientação.